Por Lívia Gonçalves Correa
O ambiente de trabalho foi radicalmente modificado a pandemia, acelerando a adoção pelo trabalho na modalidade home office e adaptação de todos, tanto empresas quanto colaboradores. Mas, com o tempo, muitas empresas estão voltando para o modelo presencial ou adotando um formato híbrido.
E por que isso tem acontecido?
Isso se deve ao fato de que se faz necessário estabelecer um equilíbrio entre as vantagens e desvantagens apresentadas por ambos as modalidades.
A adoção de 100% do trabalho remoto traz vantagens às empresas e trabalhadores, mas também gera uma série de desvantagens e impactos negativos. Assim como a adoção de 100% do trabalho presencial, pós-pandemia, não se mostra mais totalmente eficiente.
Esse artigo busca analisar as razões que levam as empresas a optarem, predominantemente pelo modelo presencial ou híbrido, bem como os desafios e benefícios dessa escolha.
É fato que a adaptação ao home office foi forçada em razão da pandemia, mas de uma maneira geral a adaptação foi muito positiva, pelo menos a um curto e médio prazo.
A execução de tarefas de maneira remota e de forma eficiente depende muito de alguns fatores, como o tipo de atividade da empresa, as necessidades dos colaboradores e os objetivos organizacionais. Conforme dito, a curto e médio prazo os benefícios foram grandes, todavia, a longo prazo as desvantagens começaram a prevalecer perante os pontos positivos.
É inegável o avanço ocorrido em relação a forma de medir o desempenho, o uso de tecnologias já existentes e o desenvolvimento de várias outras, bem como novas ferramentas de colaboração.
Porém, a saúde mental dos colaboradores e a produtividade são os principais pontos que merecem destaque e que sofreu impacto com a modalidade remota a longo prazo.
A troca espontânea de ideias, o fortalecimento de vínculos entre equipes e a construção de cultura organizacional é a principal vantagem da modalidade presencial e que se enfraqueceu durante o período de home office. Por isso falamos a partir do momento que o home office se tornou regra, ele tornou-se um ponto negativo, impactando diretamente na integração social e na saúde mental dos funcionários.
O trabalho presencial também pode incentivar a colaboração em tempo real, o que favorece a inovação e consequentemente, a produtividade. Cabe destacar ainda que o trabalho na modalidade presencial facilita a supervisão direta e o acompanhamento dos projetos, tornando assim uma gestão mais eficaz.
Essas são algumas vantagens do trabalho presencial. Todavia, obviamente, existem desvantagens, como por exemplo a perda de flexibilidade, o deslocamento e o custo, assim como a resistência dos funcionários.
A perda de flexibilidade impacta na qualidade de vida dos colaboradores que, antes, estavam acostumados ao home office. O deslocamento e custo, geram um aumento de tempo em que o colaborador gasta para ir e voltar do trabalho diariamente, ficando longe da família por mais tempo, gerando ainda custos adicionais.
Em razão desses prós e contras, bem como pensando em todos os envolvidos, é que as empresas têm optado pela adoção do sistema híbrido de trabalho, em que alguns dias da semana o colaborador cumpre a jornada padrão de trabalho no modelo presencial e uma ou duas vezes na semana, o colaborador executa suas tarefas de forma remota em home office.
A definição do modelo híbrido leva em consideração os setores que exigem uma maior interação física como indústria e comércio e aqueles em que o home office pode ser mais viável.
A escolha entre trabalho presencial, home office ou híbrido depende de muitos fatores. O ponto principal e mais importante é que as empresas encontrem um modelo de trabalho que favoreça tanto a produtividade quanto a saúde mental dos colaboradores, promovendo um equilíbrio saudável entre as necessidades da empresa e as preferências dos funcionários.